08 de Abril – SANGUE DE CROCODILO

Sangue de crocodilo pode ajudar a criar superantibiótico
Proteínas encontradas no sangue de crocodilos podem ajudar na criação de antibióticos para combater bactérias que se tornaram resistentes aos remédios disponíveis, segundo pesquisadores americanos.
“Há uma possibilidade real de que um dia nós venhamos a ser tratados com um remédio feito com sangue de crocodilo”, disse o bioquímico Mark Merchant, da McNeese State University na Louisiana, Estados Unidos, durante uma conferência da Sociedade Americana de Química.
Os seres humanos criam imunidade contra determinados organismos depois de entrar em contato com eles. Já os crocodilos, segundo os cientistas, têm um sistema imunológico forte que combate microorganismos mesmo sem ter tido um contato prévio com eles.
Por isso, mesmo ferimentos graves sofridos pelos animais cicatrizam rapidamente, apesar do provável contato com bactérias, vírus e fungos.
MRSA
A equipe de pesquisadores da Louisiana coletou amostras de sangue de crocodilos americanos depois de injetar uma substância para estimular o sistema imunológico dos animais.
Depois, eles isolaram as células brancas do sangue que combatiam infecção e retiraram as proteínas.
Em testes de laboratórios, pequenas quantidades da proteína extraída dos animais mataram uma grande variedade de bactérias, incluindo a MRSA, uma superbactéria altamente resistente a medicamentos e comum em infecções hospitalares.
Os pesquisadores agora querem descobrir qual a exata estrutura química das proteínas do sangue do crocodilo.
A esperança é que essas proteínas possam ser usadas para criar novos antibióticos.
Os cientistas também estudam a possibilidade de usar as proteínas para desenvolver tratamentos contra o HIV, depois que células brancas dos crocodilos conseguiram destruir o vírus em amostras de laboratório. Merchant, que vem estudando o assunto há quatro anos, também prevê a criação de pomadas para tratar úlceras ou queimaduras.
Mas outros cientistas vêem a descoberta com cautela.
Paul Williams, especialista em microbiologia da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, disse que os antibióticos usados atualmente foram criados há muito tempo e, por isso, existe a necessidade de se criar novos tipos.
Ele afirma que existem vários trabalhos que buscam por alternativas em peles de sapos e crocodilos, mas que, até agora, nenhum resultou em novos remédios.

 

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